segunda-feira, 30 de novembro de 2015

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.”

Bertolt Brecht


Nota de repúdio à nota de repúdio da Reitoria

Causa-nos espanto a atual gestão produzir uma nota de repúdio da ocupação da sessão do Conselho Universitário do dia 24/11/2015. A mesma gestão que se conclama democrática e aberta ao diálogo, acirrou os ânimos da comunidade universitária ao procrastinar a entrada da EB$ERH na pauta do CUn. O relatório da Consulta Pública da EB$ERH está pronto desde maio, mas somente depois de perder a eleição a Reitora mandou o processo para o Conselho. O relator escolhido teve a responsabilidade de produzir, em apenas duas semanas, um parecer de um processo com cerca de 2000 páginas.

O HU/UFSC chegou nessa situação caótica para justificar a sua privatização. Se há algo a ser problematizado é o silêncio e a conivência das direções do Hospital e das Reitorias da UFSC em relação à precarização do nosso Hospital Universitário, culminando num debate simplório do “ser a favor ou contra o HU” por meio da adesão à EB$ERH.

A violência institucional travestida em renovação é uma marca da atual gestão, pois sustenta uma farsa que propicia uma tragédia e o acirramento dos ânimos de todos. Desde 2012, a questão da EB$ERH entrou em pauta na UFSC. A partir daí, a gestão Roselane e Lúcia, e os demais gestores, vêm se negando a fazer uma discussão madura e responsável sobre o tema, bem como já fizeram com outros temas de relevância institucional, como a jornada de trabalho dos técnicos-administrativos em educação e a institucionalização dos campi, por exemplo. Aliás, essa é a tônica dessa Administração: não dialogar efetivamente e sustentar uma posição pseudo-democrática. Os girassóis murcharam não somente pelo excesso de chuva. Roselane e Lúcia: a responsabilidade pela ocupação do CUn é de vocês!

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TAEs em luta!


Confira aqui a nota de repúdio publicada pela Reitoria da UFSC: 

 http://blogdagestao.ufsc.br/2015/11/25/nota-de-repudio-3/

Precariza e privatiza: eis a EB$ERH

No dia 17/11/2015 a EB$ERH entrou em pauta no CUn. Voltamos a ter uma intensa movimentação política no hall da reitoria, que se encontrou repleto de pessoas prós e contra a EB$ERH. A referida empresa é uma figura jurídica ilegal que se apresenta como a única saída capaz de regular os problemas dos Hospitais Universitários, os quais só se resolvem por vontade política; que só se resolvem pela ampliação de direitos sociais e de recursos destinados ao sistema público de educação e saúde.
A EB$ERH tem se mostrado incapaz de resolver os problemas vivenciados pelos HUs de todo país, e eventualmente tem contribuído para seu agravamento. Segundo a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, alguns dos HUs geridos pela EB$ERH apresentam vários problemas, tais como:
1) Diversas irregularidades, prejuízos financeiros e serviços insuficientes de saúde aos usuários;
2) Indícios de desperdícios no uso do dinheiro público nas capacitações de gestores da Empresa;
3) Irregularidades nos “concursos” realizados pela EB$ERH (Ex: pacote das avaliações com lacre rompido, provas faltando e possíveis avaliações trocadas);
4) Insatisfação dos empregados contratados pela EB$ERH explicitada através da deflagração de greves (os trabalhadores reclamam dentre outras coisas da precariedade das condições de trabalho - número de trabalhadores insuficientes para bem atender aos pacientes, falta de medicamentos, materiais e insumos em geral, reutilização de materiais descartáveis e não cumprimento de leis trabalhistas);
5)Perda ainda maior da autonomia universitária.

Dessa forma não é difícil de entender porque tem uma ADIn (Ação Direta de Inconstitucionalidade) sob o  nº 4895/2013 contra a EB$ERH tramitando no STF, e porque, nos debates realizados ano passado sobre a EB$ERH, o Ministério Público indicou que entraria com uma representação contra a UFSC caso essa aderisse à Empresa.
Como representação dos TAEs nos órgãos deliberativos, não mediremos esforços para lutar contra essa empresa que privatiza o HU, fragiliza o SUS, intensifica e precariza as relações de trabalho dos servidores e prejudica o atendimento das reais necessidades dos usuários. A próxima sessão do CUn que discutirá a EB$ERH foi marcada para a próxima terça-feira (01/12/2015). É essencial a nossa presença!!!


TAEs em luta contra a EB$ERH!!!