Primeiro Boletim Informativo das Representações dos TAEs da UFSC.
No dia 26/02 deste ano fomos recebidos com a notícia de que foi dada a posse para a nova direção de
Curitibanos. Este fato gera alguns questionamentos que reforçam a posição tomada pelos representantes dos TAEs e pelos estudantes nas sessões “especiais” do Conselho Universitário
(CUn), quando este Conselho tentou alterar, sem discussão, o Regimento e Estatuto
da UFSC.
Podemos nos perguntar como e quem decidiu quem
comporia a nova direção do Campus de Curitibanos. A resposta certamente não
será “foi a comunidade do campus” ou “a decisão foi feita por meio de uma
eleição”. Mas, por que isto? Por que as pessoas que dizem defender as posições
mais republicanas e democráticas na Universidade não instauraram, ou ao menos
propuseram um processo eleitoral e/ou de consulta?
A resposta que estes supostos arautos do republicanismo
darão é que não é possível realizar a democracia, pois os campi não existem
institucionalmente. Mas esta resposta traz em si um falseamento da realidade;
todos que detêm o poder nesta Universidade sabem, ou ao menos deveriam saber,
que não há eleição dentro
das IFES, o que
temos é um processo de consulta informal,
que pode se dar a qualquer momento, por qualquer entidade e de qualquer forma,
pois quem escolhe de fato as direções de
Centro é o Reitor com base em uma lista tríplice, e quem escolhe o Reitor é
o MEC, também tendo como base uma lista tríplice elaborada por sua vez, pelo
CUn.
Estamos constituídos sobre as bases arcaicas de uma
legislação que carrega todo o espírito de uma ditadura militar, no entanto, as
brechas feitas pelo movimento popular e sindical neste país, permitem que
possamos instaurar processos de consulta para apontar quem a comunidade prefere
para ser Diretor de Campi, Diretor de Centro e Reitor. Porém, a decisão não é
da comunidade, mas ela pode, ao menos, apontar a sua preferência.
Queremos, desejamos e iremos imbuir nesta Universidade
o espírito democrático real! Os debates públicos deliberativos precisam existir,
e devemos caminhar para uma eleição de fato, não ficando presos aos desígnios
do Governo Federal ou da Reitoria.
A partir da Greve que irá se iniciar no dia 17 de Março pretendemos construir coletivamente as soluções para os problemas
estruturais dos Campis e para os demais anseios democráticos desta
Universidade. Com isto em mente, conclamamos
a TODOS para participar da Greve e de seus espaços de
formação e construção coletiva.
Atenciosamente.
Representantes dos TAEs no CUn, CIS e Curadores.
Círculo dos TAEs
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