Por Rosana
Maria Prazeres
Constatamos,
recentemente, situações na UFSC que levam-nos a refletir sobre a visão
corporativista institucionalista de gestores que vem colocando em xeque o
direito de expressão dos Tae,s. Outro dia ouvi a seguinte frase de um gestor:
[...] "os TAE,s só querem direitos e não querem deveres"[...].
Ora, em que
contexto essa frase está sendo colocada? É preciso considerar, que há uma
questão de classe social nesse contexto e de desigualdade nos direitos entre
TAE,s e docentes, entre chefias e "subordinados".
Deveres não
significa estarmos sub julgados às chefias autoritárias e arbitrárias. Vemos na
UFSC situações onde TAE,s são deslocados de locais de trabalho, sem considerar
seu direito humano de escolha. É muito grave o discurso de que os TAE,s só
reivindicam direitos e "não cumprem" seus deveres. Essa fala é recorrente no interior da UFSC,
principalmente por pessoas que colocam os deveres em uma escala hierárquica
carregada do poder institucional.
Direitos e
deveres devem ser considerados em sua dimensão humana. É inadmissível gestores
utilizarem-se de suas posições de poder para impor deveres aos TAE's de forma
arbitrária, reforçando a divisão de classes no interior da UFSC.
Esse debate
é necessário, pois a autonomia não quer dizer o não cumprimento de deveres, e
sim o direito humano de opção pelo trabalho que quer e tem condições de
exercer, com qualidade e autonomia na direção de contribuir para a sociedade.
Infelizmente,
o que constata-se é uma inversão, ou seja, os TAE,s vem sendo colocados para
desempenharem tarefas de apoio, somente. Apoio no sentido do não reconhecimento
de suas potencialidades e capacidades intelectuais. É preciso valorizar essa
categoria que, também pensa, estuda, desenvolve pesquisas e contribui para a
sociedade sim. Todo(a) devemos ter o direito de escolha em poder expressar-se
politicamente.
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