quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Aos Companheiros dos Campi



É pública a situação atual de precariedade dos Campi, fruto de um acordo com o MEC em 2007 o REUNI e cujo projeto foi tocado à força e a toque de caixa na UFSC. Estamos novamente, na justificativa de supostamente resolver os problemas causados pelo REUNI, usando dos mesmos todos da força e da pressa, e criando muitos outros problemas. Nos referimos à tentativa de alteração do regimento da UFSC no Conselho Universitário (CUn), transformando os Campi em equivalentes a Centros de Ensino.

A questão é que as dificuldades enfrentadas pelos Campi não dependem da alteração regimental. Para citar alguns exemplos: as eleições para a direção dos campi podem ser feitas, assim como é feita a consulta à comunidade para eleição da reitoria e depois referendada, e isto não implica em necessidade de alteração regimental! A distribuição de FGs e CDs é discricionária, então, os campi poderiam ter mais FG ou CD, se a reitoria assim decidisse! A distribuição de vagas para concursos de TAEs também é uma decisão da  reitoria! Os campi poderiam ter mais autonomia administrativa, inclusive de gestão financeira, se administrativa e politicamente assim se decidisse. Sendo assim, os problemas não serão nem de perto resolvidos com esta solução tirada da cartola pela alta pula, basta olhar para o passado e perceberemos que a história acontece primeiro como tragédia e depois como farsa.

Além disso, a proposta de alteração regimental da UFSC impacta em toda a comunidade universitária. Isto significará a alteração na composição dos órgãos deliberativos da UFSC. Hoje no CUn as representações dos TAEs e dos estudantes somadas representam 1/5 do total, ou seja, as duas maiores categorias desta universidade que juntas somam quase 96% do total da comunidade universitária possuem menos que 17% dos votos dentro deste órgão deliberativo pretensamente democrático.

As entrelinhas da proposta são claras: aumento do número de cadeiras docentes e abstenção da discussão a respeito da paridade dos órgãos deliberativos. Diante de pautas como a manutenção do HU 100% SUS e das 30 horas para todos com o consequente aumento do horário de atendimento aos usuários, não podemos permitir que a nossa já frágil correlação de forças dentro do CUn se esvaia desta maneira. Qualquer alteração na composição do CUn precisa refletir as representações em seu conjunto!

Foi por isso que, pegos de surpresa com esta pauta incluída sem nenhum debate democrático com toda a comunidade universitária e quase no apagar das luzes desse ano, não participamos da sessão especial do CUn. Agora é importante apontar que a mudança de regimento pode ser feita com 2/3 dos conselheiros e não necessita de nossa presença, já que nossa representatividade é limitada a apenas 1/5 do quórum.

Os ataques aos representantes dos TAEs e estudantes se devem aos posicionamentos em defesa da construção democrática das propostas para a Universidade. O que queremos para os Campi é muito mais do que se tornarem equivalentes a Centros de Ensino, o que queremos não é o “melhor que nada”, mas sim o melhor que conseguirmos”.

Os Campi não podem ser relegados, eles precisam ter autonomia de gestão financeira e administrativa, ter eleições diretas com todos tendo direito de votar e serem votados, com órgãos deliberativos paritários eleitos, pois não basta esta suposta formalização proposta pela Reitoria, o que precisamos é de uma real democratização.

Não aceitaremos qualquer tipo de rebaixamento das propostas!! Não acreditamos no “melhor que nada” e lutaremos pra ter o “melhor que conseguirmos”. Estamos abertos para o debate, pois sempre faremos a defesa de uma Universidade Publica, Gratuita e realmente democrática, em que os Campi sejam reconhecidos como campus, e não apenas Centros de Ensino.

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