quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

CUn: é hora de partir!











Reunião do Cun dentro da Polícia Militar






Companheiros(as) TAEs da UFSC,

Em primeiro lugar, queremos falar sobre esses anos em que tivemos a honra de representa-los(las) dentro do Conselho Universitário da UFSC (CUn). Eleitos e empossados em meados de abril/maio de 2013, chegávamos naquele espaço fechado com “os dois pés na porta”. Não pedimos licença para apresentar nossas propostas e questionamentos, e que à época foram tomadas como uma afronta pelos “doutores” da universidade. Belas lembranças de um ciclo que chegou ao seu fim.
Dentro do Conselho, em pouco tempo ganhamos o apelido de “bancada” por parte dos Diretores de Centro e Pró-Reitores, para quem representávamos uma verdadeira pedra no sapato. Éramos uma minoria, é verdade, mas fazíamos estragos com nossas intervenções, batendo de frente com uma série de autoridades que nos enxergavam inicialmente como simples “funcionários”.

Ao longo desses mais de dois anos que se passaram, resistimos a muita coisa ruim. Presenciamos o afastamento e adoecimento de muitos companheiros; o assédio praticado por chefias; o desconto de salário para quem fez greve; a Reitoria tratar TAE como se fosse vagabundo, o descaso; o cancelamento das eleições para os conselhos; a entrega do Hospital Universitário para a EBSERH... e até reunião do Conselho Universitário dentro da Polícia Militar.

Evidente, talvez diante de tais barbaridades poderíamos nos perguntar: ter participado do CUn durante esse tempo todo valeu a pena? Acreditamos que a resposta seja sim. E, também, que chegou a hora de partir... Nosso trabalho no CUn sempre se pautou por uma atuação propositiva. Mas, a partir do momento em que o HU foi entregue em uma sessão do CUn dentro de um quartel da PM, sem a presença de nenhum dos pareceristas da matéria, percebemos que nossa participação é meramente formal e sem sentido. De que adianta tão somente participar de um espaço em que nossas proposições são tratadas com descaso? Se, sempre indiferente com as discussões acumuladas, a reitoria irá impor a sua vontade nem que seja com o auxílio da polícia.

Aprendemos ao longo desse tempo o quanto diálogo e autonomia tornaram-se palavras de ocasião, e o quanto entidades como o DCE, o SINTUFSC e a APUFSC perderam sua combatividade e legitimidade de outrora. Enquanto a universidade mal tem recursos para pagar contas como água e luz, enquanto bolsas atrasam e estudantes são excluídos; conselheiros universitários e “entidades máximas representativas” seguem em fila, e batem continência a um governo que lhes trata como prepostos, operadores do ajuste fiscal dentro da UFSC.

Termos vivido intensamente esse processo foi-nos essencial para tomar essa decisão. Podemos falar com conhecimento de causa: o Conselho Universitário não está à altura dos desafios estabelecidos a essa universidade; não zela pela autonomia universitária perante governos, militares e empresas; não fomenta o debate das questões centrais; e tem medo de homens e mulheres livres de pensamento.

Há uma política séria do lado de fora do quartel, uma Política que não precisa sair pela porta dos fundos ou se esconder na hora dos conflitos. É uma política que entra e sai pela porta da frente, que debate abertamente, que constrói junto, e que não tem medo de chamar cada coisa pelo seu nome. É com Ela que pretendemos despender nossas energias agora, enfrentar o imobilismo que assola nossa própria categoria, enfrentar os nossos assediadores, e retomar propostas ousadas como a que busca uma UFSC de Portas Abertas. É hora de partir do CUn, para continuar atuando na luta real. A política da baioneta não cabe a uma instituição que prima pela democracia. Não legitimaremos um simulacro de gestão democrática e republicana.  

Agradecemos o apoio que sempre tivemos da categoria e partimos para outra jornada. A reitoria deve chamar novas eleições para a representação dos TAEs, e a vida seguirá. Estaremos na luta sempre!


UFSC, 10 de dezembro de 2015

Representantes dos TAEs no CUn (2013-2015) – TAEs Livres

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015



Retratos do dia em que o Conselho Universitário da UFSC reuniu-se em uma unidade da Polícia Militar e aprovou a transferência do Hospital Universitário à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
Fazemos esse registro para que as próximas gerações não se esqueçam.
"Sólo le pido a Dios
Que el engaño no me sea indiferente
Si un traidor puede más que unos cuantos
Que esos cuantos no lo olviden fácilmente
" - Mercedes Soza
As imagens foram extraídas do vídeo "UFSC aprova EBSERH":