O Movimento TAEs Livres vem a público relatar e repudiar os fatos de
agressão ocorridos na última assembleia dos TAEs na UFSC, dia 29 de setembro,
e, também, o silêncio e a conivência dos diretores do SINTUFSC presentes
naquele momento.
Já se completariam 3 horas de uma assembleia saudável e pacífica, em que
as divergências se limitavam a ideias políticas e ao diálogo, quando, fazendo
uso de seu espaço para avaliação da conjuntura, o TAE Luiz Artur relembrou a
decisão da assembleia anterior (22/09) em rebaixar a assembleia universitária
(ocorrida também no dia 22) para um simples debate entre a comunidade acadêmica
(TAEs, estudantes e docentes), tornando-a não deliberativa e apenas
informativa, e criticou o fato de tal proposta ter partido de representante da
FASUBRA e do SINTUFSC.
Diante do fato, em fala posterior, o TAE Jorge Luiz Fernandes (vulgo
Jorginho), ao se posicionar quanto à crítica política apontada, passou a
ofender a pessoa do Luiz Artur de "covarde", "você não é homem", "não tem atitudes de homem", bem como a de outros TAEs, chamando-os de "golpistas" e "acéfalos". Mesmo fora do microfone,
Jorge, continuou gritando e ofendendo Luiz (que já estava mais afastado),
apontando o dedo indicador em seu rosto. Foi então que houve uma aglomeração no
local, e a TAE Brenda, que estava sentada distante do local, se levantou para
filmar o fato com seu telefone celular. Quando esta se aproximou, Jorge deu um
tapa no braço de Brenda, e retirou o aparelho de suas mãos, fazendo menção a um
novo golpe físico contra a TAE. Então, vários rapazes que os rodeavam seguraram
os braços de Jorge, no intuito de impedi-lo de mais uma agressão e de danificar
o aparelho alheio que estava em sua mão. Então, a mesa suspendeu a assembleia e
PERMANECEU CALADA E SEM INTERVIR no tumulto que ocorria, ficando apenas alguns
diretores do Sindicato conversando entre si e bem afastados do local.
Ao redor do foco do tumulto, outros TAEs observavam e também filmavam o
fato. Foi neste instante que Jorge, sendo afastado pelos rapazes, se dirigiu a
outras duas mulheres que observavam e as xingou de “vagabundas”, solicitando
que uma delas não o filmasse mais. Diante da recusa dela, também direcionou
palavras de baixo calão a mais esta TAE.
Quando aparentemente a calma se reestabelecia, deu-se continuidade à
assembleia. Novamente, nenhum diretor do SINTUFSC se manifestou quanto ao
ocorrido, mesmo já sabendo que uma agressão física havia ocorrido. Passados
alguns minutos, Jorge se encaminhou para a parte externa da Reitoria, onde se encontravam
mais TAEs, entre eles, Rodrigo, e continuou a fomentar a discussão, por meio de
xingamentos ao Rodrigo (“seu merda”), de intimidações aos colegas e de mais
xingamentos à TAE que havia sido agredida fisicamente, Brenda (“vaca”,
“vagabunda”). Diante do clima, a assembleia foi encerrada sem os encaminhamentos
devidos. Mesmo após a finalização, foi possível ouvir o momento em que Jorge
continuou xingando os TAEs de “vadios”, “vagabundos” e “quadrilheiros”.
REPUDIAMOS AS ATITUDES E AGRESSÕES DE JORGE LUIZ FERNANDES, machistas e desrespeitosas tanto aos TAEs envolvidos, quanto para todo o conjunto de trabalhadores, ainda mais
por ser representante da FASUBRA.
REPUDIAMOS A OMISSÃO DA DIRETORIA DO SINTUFSC, representada na mesa por Juliane
Silva da Silva, Dilton Mota Rufino e Celso Ramos Martins, além de outros
diretores que estavam presentes na plenária, já que em momento algum se
envolveram no conflito buscando apartá-lo, e sequer proferiram qualquer fala
contrária às agressões ali protagonizadas pelo TAE antes identificado. Muito
pelo contrário: ao final da assembleia, ele ainda foi cumprimentado pelo
coordenador Celso.
Informamos que Boletins de Ocorrência foram registrados, e que
serão tomadas todas as medidas cabíveis, pois fatos como este não podem ser
esquecidos, e JAMAIS se repetirem.
O Movimento TAEs Livres reitera seu caráter de luta contra toda forma de opressão. Seguiremos lutando contra a opressão à mulher, denunciando toda forma de violência e exploração. O Movimento entende, também, que as divergências políticas entre os TAEs fazem parte do ambiente democrático, e, como em todos os espaços, devem ser debatidas na base do diálogo e das propostas, e nunca através de agressões verbais ou físicas, que não constroem a luta por uma UFSC e um país melhores. Pelo contrário, atitudes como essa acabam por afastar as pessoas dos ambientes políticos e dos espaços de discussão e decisão.
Seguiremos presentes nas assembleias e em todos os espaços políticos de discussão e decisão, fortalecendo a luta por melhores condições de vida e de trabalho dos TAEs, pela democracia dentro e fora da UFSC, pela participação de todos os interessados na vida política, prezando pelo respeito entre todos, e registrando e denunciando atitudes agressivas de e contra servidores públicos, em todo e qualquer espaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário