segunda-feira, 3 de outubro de 2016

NOTA DE REPÚDIO CONTRA AS AGRESSÕES OCORRIDAS NA ÚLTIMA ASSEMBLEIA DOS TAES NA UFSC (29/09/16)

O Movimento TAEs Livres vem a público relatar e repudiar os fatos de agressão ocorridos na última assembleia dos TAEs na UFSC, dia 29 de setembro, e, também, o silêncio e a conivência dos diretores do SINTUFSC presentes naquele momento.

Já se completariam 3 horas de uma assembleia saudável e pacífica, em que as divergências se limitavam a ideias políticas e ao diálogo, quando, fazendo uso de seu espaço para avaliação da conjuntura, o TAE Luiz Artur relembrou a decisão da assembleia anterior (22/09) em rebaixar a assembleia universitária (ocorrida também no dia 22) para um simples debate entre a comunidade acadêmica (TAEs, estudantes e docentes), tornando-a não deliberativa e apenas informativa, e criticou o fato de tal proposta ter partido de representante da FASUBRA e do SINTUFSC.

Diante do fato, em fala posterior, o TAE Jorge Luiz Fernandes (vulgo Jorginho), ao se posicionar quanto à crítica política apontada, passou a ofender a pessoa do Luiz Artur de "covarde", "você não é homem", "não tem atitudes de homem", bem como a de outros TAEs, chamando-os de "golpistas" e "acéfalos". Mesmo fora do microfone, Jorge, continuou gritando e ofendendo Luiz (que já estava mais afastado), apontando o dedo indicador em seu rosto. Foi então que houve uma aglomeração no local, e a TAE Brenda, que estava sentada distante do local, se levantou para filmar o fato com seu telefone celular. Quando esta se aproximou, Jorge deu um tapa no braço de Brenda, e retirou o aparelho de suas mãos, fazendo menção a um novo golpe físico contra a TAE. Então, vários rapazes que os rodeavam seguraram os braços de Jorge, no intuito de impedi-lo de mais uma agressão e de danificar o aparelho alheio que estava em sua mão. Então, a mesa suspendeu a assembleia e PERMANECEU CALADA E SEM INTERVIR no tumulto que ocorria, ficando apenas alguns diretores do Sindicato conversando entre si e bem afastados do local.

Ao redor do foco do tumulto, outros TAEs observavam e também filmavam o fato. Foi neste instante que Jorge, sendo afastado pelos rapazes, se dirigiu a outras duas mulheres que observavam e as xingou de “vagabundas”, solicitando que uma delas não o filmasse mais. Diante da recusa dela, também direcionou palavras de baixo calão a mais esta TAE.

Quando aparentemente a calma se reestabelecia, deu-se continuidade à assembleia. Novamente, nenhum diretor do SINTUFSC se manifestou quanto ao ocorrido, mesmo já sabendo que uma agressão física havia ocorrido. Passados alguns minutos, Jorge se encaminhou para a parte externa da Reitoria, onde se encontravam mais TAEs, entre eles, Rodrigo, e continuou a fomentar a discussão, por meio de xingamentos ao Rodrigo (“seu merda”), de intimidações aos colegas e de mais xingamentos à TAE que havia sido agredida fisicamente, Brenda (“vaca”, “vagabunda”). Diante do clima, a assembleia foi encerrada sem os encaminhamentos devidos. Mesmo após a finalização, foi possível ouvir o momento em que Jorge continuou xingando os TAEs de “vadios”, “vagabundos” e “quadrilheiros”.

REPUDIAMOS AS ATITUDES E AGRESSÕES DE JORGE LUIZ FERNANDES, machistas e desrespeitosas tanto aos TAEs envolvidos, quanto para todo o conjunto de trabalhadores, ainda mais por ser representante da FASUBRA.

REPUDIAMOS A OMISSÃO DA DIRETORIA DO SINTUFSC, representada na mesa por Juliane Silva da Silva, Dilton Mota Rufino e Celso Ramos Martins, além de outros diretores que estavam presentes na plenária, já que em momento algum se envolveram no conflito buscando apartá-lo, e sequer proferiram qualquer fala contrária às agressões ali protagonizadas pelo TAE antes identificado. Muito pelo contrário: ao final da assembleia, ele ainda foi cumprimentado pelo coordenador Celso.

Informamos que Boletins de Ocorrência foram registrados, e que serão tomadas todas as medidas cabíveis, pois fatos como este não podem ser esquecidos, e JAMAIS se repetirem.

O Movimento TAEs Livres reitera seu caráter de luta contra toda forma de opressão. Seguiremos lutando contra a opressão à mulher, denunciando toda forma de violência e exploração. O Movimento entende, também, que as divergências políticas entre os TAEs fazem parte do ambiente democrático, e, como em todos os espaços, devem ser debatidas na base do diálogo e das propostas, e nunca através de agressões verbais ou físicas, que não constroem a luta por uma UFSC e um país melhores. Pelo contrário, atitudes como essa acabam por afastar as pessoas dos ambientes políticos e dos espaços de discussão e decisão.

Seguiremos presentes nas assembleias e em todos os espaços políticos de discussão e decisão, fortalecendo a luta por melhores condições de vida e de trabalho dos TAEs, pela democracia dentro e fora da UFSC, pela participação de todos os interessados na vida política, prezando pelo respeito entre todos, e registrando e denunciando atitudes agressivas de e contra servidores públicos, em todo e qualquer espaço.

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