Os
técnicos-administrativos em educação da UFSC vêm cumprindo seu papel enquanto
categoria comprometida com a universidade e com a sociedade, e por isso se
auto-organizando e construindo propostas coletivas para demandas tão
necessárias para que a Universidade cumpra sua função social e pedagógica.
Neste
contexto, na greve que terminou há poucos dias, elaboramos propostas de política para as creches,
uma resolução normativa sobre a jornada
de 30 horas com ampliação do horário de atendimento aos usuários, a utilização
de critérios objetivos (e não políticos) na política de distribuição e
movimentação, de institucionalização dos campi
como campus, além da defesa do HU 100% SUS e da democracia universitária
com participação efetiva da comunidade.
E,
além das propostas estarem presentes nos grandes atos que realizamos para
apresentá-las à comunidade e à reitoria, elas também fizeram parte da mesa de
negociações com a reitora Roselane Neckel, que apresentou compromissos em
relação a elas. Um deles, assumido no mesmo dia que findou a greve, foi de
respeito ao direito de greve e nenhuma perseguição pela participação na mesma.
Dentro do
processo negocial, e menos de uma semana após o final da greve, unilateralmente
a reitoria rompe com os trabalhadores e inicia um processo que busca
transformar uma das principais pautas dos trabalhadores em todas as IFES, a
jornada de 30 horas semanais e atendimento aos usuários de, no mínimo, 12 horas
ininterruptas, em uma guerra entre categorias: professores X TAEs.
Uma pauta que
aponta para uma universidade democrática não somente à categoria, mas a toda a
comunidade universitária, com isonomia nas condições de trabalho e atendimento,
com a ampliação de horários de atendimento, ou seja, com a universidade
cumprindo sua função social, passou a ser cavalo de batalha entre gestores e o
conjunto de trabalhadores.
Para tentar
atacar e retaliar, é utilizado o velho método tão conhecido pelo conjunto dos
trabalhadores: o autoritarismo! Depois que a proposta de resolução normativa
sobre a oficialização da jornada de 30 horas demonstrou adequar-se às
orientações da Procuradoria Federal da UFSC, ou seja, é moral, legal e
necessária, restou o rompimento do diálogo e o desespero de tentar obrigar os
gestores a marcar reuniões setoriais para "enquadrar" e desorganizar
os trabalhadores.
Mas a vida não
é tão simples e o feitiço já começou a virar contra o feiticeiro. Ao invés de
se desorganizar, estes ataques autoritários tem contribuído para fortalecer a
auto-organização dos trabalhadores, por um lado, e por outro, vários gestores
têm se mantido à altura de sua função e se manifestado contra essa atitude
autoritária. Um exemplo foi a reunião desmarcada por falta de quórum entre uma
direção de centro de ensino e as demais chefias daquele centro.
Tudo isto
demonstra que a construção de nossas propostas, da resolução aprovada em
assembleia, do Horário de Outono e da auto-organização dos trabalhadores, além
de ser corretíssima, tem que ser ampliada. Nenhum passo atrás nos direitos
conquistados e na construção de uma universidade mais democrática e que cumpra
a sua função social!
Esse ataque
agora prenuncia uma política universitária, e não é somente um ataque ao
conjunto dos TAEs, mas aos professores, estudantes e chefias! Um ataque à
instituição universitária.
Uma gestão
deveria se preocupar com o conjunto das políticas universitárias, ao invés da
tentativa de reduzir o papel dos TAEs na universidade a "carga
horária", "controle" e a "serviçais". A isso
respondemos com a mesma disposição para o diálogo e debates francos, com
discussões coletivas nos setores de trabalho e na construção democrática de
propostas de políticas para todos os âmbitos da Universidade.
Contra o
autoritarismo, agir com democracia!
Contra o
sectarismo, pensar um projeto de universidade!
Contra as
contra-reformas, avançar na implantação de direitos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário