sexta-feira, 11 de julho de 2014

O Feitiço está Virando Contra o Feiticeiro: Sobre a Pressão da Reitoria e a Carga Horária




Os técnicos-administrativos em educação da UFSC vêm cumprindo seu papel enquanto categoria comprometida com a universidade e com a sociedade, e por isso se auto-organizando e construindo propostas coletivas para demandas tão necessárias para que a Universidade cumpra sua função social e pedagógica.


E, além das propostas estarem presentes nos grandes atos que realizamos para apresentá-las à comunidade e à reitoria, elas também fizeram parte da mesa de negociações com a reitora Roselane Neckel, que apresentou compromissos em relação a elas. Um deles, assumido no mesmo dia que findou a greve, foi de respeito ao direito de greve e nenhuma perseguição pela participação na mesma.

Dentro do processo negocial, e menos de uma semana após o final da greve, unilateralmente a reitoria rompe com os trabalhadores e inicia um processo que busca transformar uma das principais pautas dos trabalhadores em todas as IFES, a jornada de 30 horas semanais e atendimento aos usuários de, no mínimo, 12 horas ininterruptas, em uma guerra entre categorias: professores X TAEs.

Uma pauta que aponta para uma universidade democrática não somente à categoria, mas a toda a comunidade universitária, com isonomia nas condições de trabalho e atendimento, com a ampliação de horários de atendimento, ou seja, com a universidade cumprindo sua função social, passou a ser cavalo de batalha entre gestores e o conjunto de trabalhadores.
Para tentar atacar e retaliar, é utilizado o velho método tão conhecido pelo conjunto dos trabalhadores: o autoritarismo! Depois que a proposta de resolução normativa sobre a oficialização da jornada de 30 horas demonstrou adequar-se às orientações da Procuradoria Federal da UFSC, ou seja, é moral, legal e necessária, restou o rompimento do diálogo e o desespero de tentar obrigar os gestores a marcar reuniões setoriais para "enquadrar" e desorganizar os trabalhadores.

Mas a vida não é tão simples e o feitiço já começou a virar contra o feiticeiro. Ao invés de se desorganizar, estes ataques autoritários tem contribuído para fortalecer a auto-organização dos trabalhadores, por um lado, e por outro, vários gestores têm se mantido à altura de sua função e se manifestado contra essa atitude autoritária. Um exemplo foi a reunião desmarcada por falta de quórum entre uma direção de centro de ensino e as demais chefias daquele centro.

Tudo isto demonstra que a construção de nossas propostas, da resolução aprovada em assembleia, do Horário de Outono e da auto-organização dos trabalhadores, além de ser corretíssima, tem que ser ampliada. Nenhum passo atrás nos direitos conquistados e na construção de uma universidade mais democrática e que cumpra a sua função social!
Esse ataque agora prenuncia uma política universitária, e não é somente um ataque ao conjunto dos TAEs, mas aos professores, estudantes e chefias! Um ataque à instituição universitária.

Uma gestão deveria se preocupar com o conjunto das políticas universitárias, ao invés da tentativa de reduzir o papel dos TAEs na universidade a "carga horária", "controle" e a "serviçais". A isso respondemos com a mesma disposição para o diálogo e debates francos, com discussões coletivas nos setores de trabalho e na construção democrática de propostas de políticas para todos os âmbitos da Universidade.

Contra o autoritarismo, agir com democracia!

Contra o sectarismo, pensar um projeto de universidade!

Contra as contra-reformas, avançar na implantação de direitos!

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