sexta-feira, 29 de novembro de 2013

TRANSPARÊNCIA NOS ATOS ADMINISTRATIVOS: AS TRANSMISSÕES DAS SESSÕES


A democracia nas instituições públicas somente é possível quando há o poder de decisão compartilhado, com todas as condições para isto e sem privilégios para a tomada de decisão. Dessa forma, é impossível pensar o exercício da democracia se as informações são restritas a grupos ou setores dentro de uma instituição, e o mínimo que se pode esperar das instituições públicas é a transparência na gestão e atos administrativos.

Neste sentido, os representantes dos Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs) solicitam desde julho deste ano maior transparência das ações dos órgãos deliberativos da UFSC, entre eles o Conselho Universitário (CUn), o Conselho de Curadores (CC), as Câmaras de Graduação, Pós-Graduação, Extensão e Pesquisa e os Conselhos de Unidade nos Centros de Ensino.

Cientes de que a completa publicização das informações públicas, premissa fundamental dos próprios entes públicos, é caminho a ser trilhado em médio prazo, os conselheiros eleitos pelos TAEs apresentaram em suas primeiras propostas tão somente os quesitos elementares à transparência das decisões dos órgãos deliberativos da UFSC, como a digitalização dos processos que tramitam no SPA e a transmissão ao vivo das sessões de todos os conselhos deliberativos superiores. Os motivos para tais medidas são muitos, dentre os quais destacamos o seguinte condicionante: se os órgãos colegiados são compostos por representantes dos segmentos da comunidade universitária ou externa, eles devem ter suas ações e decisões acompanhadas por aqueles a quem representam.

Além disso, a Constituição Federal prevê que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse, matéria que foi complementada pela Lei de Acesso à Informação (Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011). Esta Lei prevê que a publicidade é o preceito geral e o sigilo é uma exceção; prevê ainda a divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; a utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; o fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência e desenvolvimento do controle social da administração pública.

Em acordo com tais princípios, fizemos formalmente as solicitações de transparência dos órgãos colegiados superiores da UFSC. Mas, nos bastidores, as resistências e os medos são grandes, desde a perda do controle da informação até a visibilidade que passará a ter a defesa de certas posições nestes colegiados.

Contrapondo-nos à tradicional “cultura de segredo”, solicitamos que se comece pelos órgãos deliberativos uma nova cultura de acesso à informação, pois que todos têm o direito de acompanhar os argumentos utilizados e as decisões tomadas. E já tivemos vitórias! No CUn, apesar da transmissão das sessões já ser uma realidade anterior, que saudamos, a partir das nossas solicitações, os processos passaram a ser digitalizados e disponibilizados via SPA. ainda faltam as transmissões do Conselho de Curadores e da maioria das Câmaras!

Em defesa da transparência das decisões tomadas em um órgão público como a UFSC, convocamos, portanto, toda a comunidade universitária a reivindicar e acompanhar o desfecho dessas solicitações nas demais instâncias. Este tema será debatido ainda em dezembro no Conselho de Curadores, e contamos que esteja na pauta das Câmaras. Esperamos que o bom senso e o zelo pelo bem público oriente esta que pode ser a última decisão dos nossos representantes tomada sem a possibilidade de ser acompanhada ao vivo pela comunidade universitária!

Nenhum comentário: