terça-feira, 10 de setembro de 2013

Direitos e deveres, eis a questão


Por Rosana Maria Prazeres

Constatamos, recentemente, situações na UFSC que levam-nos a refletir sobre a visão corporativista institucionalista de gestores que vem colocando em xeque o direito de expressão dos Tae,s. Outro dia ouvi a seguinte frase de um gestor: [...] "os TAE,s só querem direitos e não querem deveres"[...].

Ora, em que contexto essa frase está sendo colocada? É preciso considerar, que há uma questão de classe social nesse contexto e de desigualdade nos direitos entre TAE,s e docentes, entre chefias e "subordinados".

Deveres não significa estarmos sub julgados às chefias autoritárias e arbitrárias. Vemos na UFSC situações onde TAE,s são deslocados de locais de trabalho, sem considerar seu direito humano de escolha. É muito grave o discurso de que os TAE,s só reivindicam direitos e "não cumprem" seus deveres.  Essa fala é recorrente no interior da UFSC, principalmente por pessoas que colocam os deveres em uma escala hierárquica carregada do poder institucional.

Direitos e deveres devem ser considerados em sua dimensão humana. É inadmissível gestores utilizarem-se de suas posições de poder para impor deveres aos TAE's de forma arbitrária, reforçando a divisão de classes no interior da UFSC.

Esse debate é necessário, pois a autonomia não quer dizer o não cumprimento de deveres, e sim o direito humano de opção pelo trabalho que quer e tem condições de exercer, com qualidade e autonomia na direção de contribuir para a sociedade.


Infelizmente, o que constata-se é uma inversão, ou seja, os TAE,s vem sendo colocados para desempenharem tarefas de apoio, somente. Apoio no sentido do não reconhecimento de suas potencialidades e capacidades intelectuais. É preciso valorizar essa categoria que, também pensa, estuda, desenvolve pesquisas e contribui para a sociedade sim. Todo(a) devemos ter o direito de escolha em poder expressar-se politicamente.

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