Na Segesp
Com Carlos
Exigindo os documentos
Os trabalhadores que tiveram seus salários descontados - em torno de 200 - estiveram no departamento
de pessoas da UFSC para fazer cópia do processo que gerou o desconto, pois é sabido que eles tem o direito
constitucional de ampla defesa e podem recorrer da decisão tomada pela reitoria.
Mas, quando solicitaram a cópia dos documentos, houve a negativa por parte de
uma das atendentes, sob a alegação de que "atrapalharia ao trabalho".
E, apesar da explicação dos trabalhadores de que o prazo para entrar com
recurso depois da decisão do desconto é de cinco dias, a colega trabalhadora
alegou que seriam necessário até 15 dias para providenciar as copias. Ora,
daqui há 15 dias já não há mais tempo hábil para o recurso. Houve protestos e a
decisão da administração, em vez de garantir um direito, foi chamar a
segurança.
No dia seguinte, lá estava o segurança, para "manter a
ordem", segundo a fala de outro atendente do setor. Como o acesso ao
processo que corta salário é um direito do trabalhador, hoje, após a
assembleia, os TAEs seguiram em passeata até a Segesp - setor de pessoas - para dialogar com a secretária Juliana
sobre a necessidade de serem repassados os documentos até segunda feira, visto
que na terça encerra-se o prazo para o recurso. Lá chegando foram informados
de que a secretária havia ligado dizendo que estava doente e não viria ao
setor. Foi pedido para falar com seu substituto. Não havia ninguém.
Os trabalhadores buscaram outra chefia da Segesp, de outro
departamento, para exigir a cópias dos processos. Ela disse que não podia
liberar os documentos pois a chefe era a Juliana. Um jogo de empurra sem fim.
Dentro de todo o setor de pessoal não havia ninguém com poder de solicitar as
cópias dos documentos. A confusão se armou e uma das trabalhadoras da recepção
passou mal. Esse é o terrível clima que a administração central criou na UFSC:
mal-estar, doença e embate entre os colegas.
Então, os trabalhadores foram até o gabinete da reitora.
Alguém deveria estar no comando da universidade. Ao observar os trabalhadores
chegando a colega da recepção da reitoria trancou a porta e sumiu. Os
trabalhadores ficaram batendo na porta até que apareceu o Pró-Reitor de
Administração, Antônio Carlos Montezuma, gritando para que calassem a boca. Os
ânimos se acirraram. Os gritos continuaram até que apareceu o Pró-Reitor de
Gradução , Julian Borba, Ele abriu a porta e disse que o chefe de
gabinete estava vindo.
Com a chegada de Carlos Vieira, os trabalhadores exigiram que
o setor de pessoal entregasse os documentos devidos por direito. Ele se dirigiu
até o setor e conversou com as chefias que se comprometeram a tirar as cópias
dos processo até o final da tarde de hoje.
O mais surpreendente é que, durante a conversa, soube-se que
as reitoras não estavam na UFSC e que o reitor em exercício é o Pró-Reitor de Gradução, que simplesmente repassou o mando da universidade para o chefe de
gabinete. Todo o poder ao Carlos.
A conversa com o chefe de gabinete entrou pela manhã afora,
com o mesmo mantendo a intransigência em manter os descontos, mesmo sabendo que
os documentos que geraram os descontos estão cheios de irregularidades. Carlos
insiste que a reitoria não reconhece a greve e que manterá os descontos. Segundo
ele os documentos serão entregues hoje até as seis horas da tarde.
É muito importante que cada trabalhador, ao pegar a cópia do
processo, revise os documentos. Devem constar da relação os seguintes
documentos: boletim de frequência, folha de frequência e metodologia dos
cálculos que foi usada para definir os descontos.
Ao receber a cópia, o trabalhador deve escrever na ultima
folha do processo o seguinte texto: Recebi a cópia desse processo no dia 17 de
outubro. No dia em que assinei a ciência solicitei a cópia e a mesma não me foi
entregue. Portanto, o prazo para recursos deverá contar a partir dessa data e
hora.
Isso é importante para garantir o prazo dos cinco dias que
existe para a entrada de recurso.
Hoje a administração deu mais uma mostra de intransigência,
desrespeito aos direitos e incapacidade gerencial. Os trabalhadores seguem
firmes na luta! Vão até o fim para provar que não foram impontuais nem tiveram
faltas injustificadas. Há uma greve de trabalho, as tarefas estão sendo
cumpridas, há pedidos de negociação.
A greve foi deflagrada no dia 05 de agosto e tem como motivo
o rompimento de acordos por parte da reitoria em debater com a comunidade
universitária o processo de trabalho dos TAEs.
Todos na Segesp hoje, às 17h
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