Primeiro, a lenda
Na
última reunião de negociação da Administração Central da UFSC com a comissão de
negociação do Comando de Greve da UFSC foi afirmado que haveria uma maneira de
não realizar corte de ponto dos TAEs. O procedimento seria o de enviar uma
notificação individual, que não constaria na pasta funcional dos TAEs
notificados e seria arquivado. Na notificação constaria que o TAE “faltante”
não deveria mais esquecer-se de assinar o ponto e, diante disso, todos estariam
protegidos, tanto os TAEs, quanto a Administração Central, que não faria o duro
trabalho de cortar ponto dos TAEs...
Essa
é a lenda. Agora vamos aos fatos.
Depois os fatos:
porque o corte de ponto é uma ameaça sem sentido
Já
nos encaminhamos para o fechamento da segunda folha salarial desde o princípio
de nossa greve interna. Até o momento, a Reitoria da UFSC não se dignificou a
participar de nenhuma reunião, burlou Regimentos Internos e descumpriu Leis
Federais para não pautar o legítimo recurso da CIS solicitando a revogação da
Portaria 43. Fez declarações públicas de que “servidores faltantes terão
desconto de suas faltas”. Além disso, publicizou documento afirmando que a
Procuradoria da República orientou o desconto de “servidores faltantes”. Em
nenhuma das entrevistas ou documentos públicos a reitoria manifestou o que
faria em situações de greve. Por qual motivo?
Porque
a reitoria sabe que não pode encaminhar corte de ponto de trabalhador em greve,
a menos que seja uma DETERMINAÇÃO da justiça. Ao contrário da iniciativa
privada, em que tudo é permitido desde que não seja ilegal, no serviço público,
como todos sabemos, o dirigente somente pode fazer o que a Lei obriga. E a
reitora da UFSC não tem ordens para cortar o ponto de ninguém.
Por
isso a greve tem sido tornada invisível, por isso as reportagens encomendadas
não fazem uma única pergunta em relação à greve dos TAEs. Os TAEs em greve estão protegidos e a Administração Central sabe disso.
Em um belo texto, o escritor tcheco Franz Kafka afirmou que o que há de mais perigoso nas sereias não é seu canto,
mas seu silêncio. E não são as ameaças assustadoras da Reitora da UFSC que
demonstram os movimentos de sua gestão, mas, ao contrário, é seu silêncio.
A greve tem de
acabar para a reitora da UFSC impor sua magnífica ditadura sobre os TAEs, dobrar seus espíritos e sua
luta crescente em defesa de uma universidade autônoma e democrática. E para que
isso ocorra, o único artifício que resta
à reitoria é ameaçar e ofertar acordos escusos para que os TAEs se amedrontem,
dispersem, saiam de greve e se separem para, fracos, poderem ser esmagados por
uma reitora que nunca vacilou quando pode esmagar os que lutam por uma universidade
democrática. Mas unidos, em luta e em greve, a reitora nada pode fazer a não
ser ameaçar e demonstrar o autoritarismo que usará contra todos aqueles que ela
pode usar. E com os TAEs hoje, ela não
pode!
TODOS À ASSEMBLEIA
DE 02 DE OUTUBRO, A PARTIR DAS 9h
Nenhum comentário:
Postar um comentário